segunda-feira, 30 de março de 2009

Escutatória

Por Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória.
Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir.
Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.
[...]
Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma".
Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. [...] Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo [...] que contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.[...]Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem.
Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou.

Se falo logo a seguir são duas as possibilidades.
Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado".
Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou".
Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião.
[...]
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
[...]
Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras.
E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar.
A música acontece no silêncio.
É preciso que todos os ruídos cessem.
[...]
No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada.
Somos todos olhos e ouvidos.
Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala.
Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar.
Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio.
Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

A doença do ignorante é ignorar a sua própria ignorância

Tive um colega de turma uma vez que era o cúmulo da ignorância. Não da ignorância de não saber as coisas porque não teve oportunidade, mas daquela ignorância de não querer aprender ou aceitar o diferente.

Pra começar, ele se sentia mal porque era o único homem numa turma com nove mulheres. No começo se fazia de desentendido, fazia brincadeirinhas, achando que levava a gente no papo.

Mas acontece que era um curso cuja metodologia privilegiava a discussão, e aí ele se doía quando alguém não concordava com a opinião dele, ou quando numa votação o voto dele era vencido. Dizia que ali ele sempre seria voto vencido por ser o único homem. E a gente tentava fazer ele entender que ele era voto vencido porque não concordava com a maioria. No dia que a opinião dele fosse a da maioria, ele ganharia!

Mas o grande problema é que ele não se conformava que a gente não concordava com as opiniões dele. E ao invés de ouvir a opinião do outro, digerir, pensar e formular uma argumentação, ele simplesmente não escutava nada que a gente falava.


Interrompia o tempo inteiro e depois argumentava a mesma coisa que já havia falado antes. E falava, e falava, e falava...quando começava, não parava mais. E não percebia que ninguém agüentava mais ele falando!!!

Lembro que no primeiro dia de aula, cada um teve que se apresentar e falar um pouco de sua trajetória, porque estava ali. Todo mundo levou mais ou menos uns 3, 5 minutos. O cara falou por 20 minutos!!!! Eu dormi, acordei, e ele ainda tava falando!!!!

Um dia ele veio me falar em tom de brincadeira que eu ‘falava demais’ (odeio quando as pessoas fazem essa brincadeirinha pra querer dizer que eu sou tímida e falo pouco). Aí eu disse que eu falava quando tinha algo relevante a falar, que não ia falar só pra marcar presença, e que eu aprendi que mais importante que falar, é escutar. Afinal, “os sábios falam pouco e dizem muito; os ignorantes falam muito e dizem pouco”.

Como era sindicalista e o mais velho da turma, achava que sabia mais que as garotas novinhas. E que as coisas só se resolviam com o voto, e não com a discussão.
Era tudo ou preto ou branco! E ai de quem tivesse uma opinião contrária. Principalmente se o assunto fosse política. O problema é que apesar de sindicalista, ele era uma ovelha que seguia tudo que o partido mandava. Não pensava por conta própria. Chegou a afirmar que as pessoas só protestavam contra as Olimpíadas na China, porque a China era comunista!!!! O cara que se dizia tão sabido quando o assunto era política, não sabia nem o que era comunismo! Pelo jeito nunca leu Marx na vida!

Não me acho a sabe-tudo, nem melhor que os outros. Mas sei aceitar outras opiniões e nunca canso de aprender. Admito quando não sei algo sobre um assunto, e não tem vergonha disso. Não tenho problema em mudar de opinião se o argumento me convence. E acredito que todos, até mesmo uma pessoa como ele, têm muito a ensinar, e estou sempre disposta a aprender.

O que não me conformo é quando as pessoas perdem a oportunidade de aprender, de evoluir, por puro preconceito. Se agarram cegamente a uma verdade e não aceitam enxergar o mundo de forma diferente! E, pior, não aceitam que possam estar erradas! E não aceitam que alguém mais novo, mais inexperiente, menos instruído, possa saber mais que elas!!!

“O que se qualifica em alguns homens como firmeza de caráter não é ordinariamente senão emperramento de opinião, incapacidade de progresso, ou imutabilidade da ignorância”

Os aterrorizantes ‘amigos secretos’

Gente, eu tenho trauma de amigo secreto!
É sério! Quando chega o fim do ano, eu fico até tremendo pensando nessas aterrorizantes confraternizações de fim de ano que sempre acabam com gente puta da vida e saindo no prejuízo.

Talvez eu odeie exatamente pelo trauma! Em toda minha vida, todas as vezes que eu ganhei algo que prestava foi porque meu pai, minha mãe ou meu irmão me tiraram. O que foram, sei lá, umas quatro vezes!
Todo o resto... presentes horríveis, porcarias, que nada tinham a ver comigo!

Então vamos pras coisas que eu não entendo:

Eu não entendo porque as pessoas pedem pra você escrever uma lista de presentes que você quer ganhar, e não têm nem a decência de ler a lista. Se ela vai ser ignorada, pra que então escrevê-la?
Não seria muito mais fácil ler a lista e tentar comprar uma coisa pra agradar a pessoa que você tirou? E mesmo que você já tenha comprado outra coisa, vai lá e troca! Ou fica com ela pra você.
Eu tenho um defeito sério de querer sempre agradar os outros, talvez por isso eu meu preocupe demais com a felicidade do meu amigo secreto! Mas acho que é muito mais legal dar algo que a pessoa quer, do que algo que eu quero dar pra ela, entende?

Eu não entendo porque se o presente tem que ser de no mínimo vinte reais, as pessoas te dão um de dez! Eu me mato andando atrás de um presente bom, às vezes até pago mais do que o combinado, mas nunca dou porcarias para os outros. Até porque eu não gostaria de ganhar porcarias! O que sempre acontece!
Isso é o que mais me irrita! Por que as pessoas têm que ser tão mesquinhas? Você faz blusas de crochê? Que bom! Mas isso não quer dizer que tenha que dar uma blusa de crochê pro seu amigo secreto! Isso é muito cara-de-pau e o cúmulo da mesquinhez!!!
Amigo secreto foi feito exatamente pra você gastar com um presente só, ao invés de comprar presente para a família toda. Então por que não comprar um presente de verdade, dentro do valor estabelecido? É uma vez ao ano!!! Pra uma pessoa!!!

Eu também não entendo porque as pessoas presumem seus gostos. Se você não conhece o gosto da pessoa, se não é íntima dela, os vale-presentes existem para isso!!! As listas também!!!!

Portanto, se você for participar de um amigo secreto, leia as listas! Compre um vale presente! Não seja ‘mão-de-vaca! Nem egoísta!!!
Todo mundo quer ganhar um presente legal, não é só você!

A ovelha negra da família!!!

Eu nunca morei na mesma cidade que a minha família! NUNCA!!!
Minha família, pra mim, é um povo que eu encontro nos feriadões ou no fim de ano. Ponto!
Minha mãe se casou cedo, foi mãe cedo, e foi morar no interior. Nunca teve ninguém pra ajudá-la, pra cuidar da gente quando ela estava doente, ou quando tinha que ir ao supermercado. Quando nos mudávamos de casa, ela fazia mudança com a gente pendurado no pescoço dela! E carregava a gente pra tudo quanto é lado.
Quando tinha um problema, ela e meu pai resolviam sozinhos, sem pedir ajuda ou a opinião de ninguém. Nossas vidas sempre foram independentes das vidas dos outros.

Exatamente por ter sido criada longe de todo mundo, me sinto A ovelha negra da família.
Eu não consigo ter NADA em comum com aquele povo!!! Tirando meus avós, que sempre estiveram presentes na minha vida, e sempre me visitaram, onde fosse que eu morasse, eu nunca realmente convivi com o resto da família.
Não tenho intimidade nenhuma com eles. Têm amigos dos meus pais que conheço e convivo muito mais do que meus próprios tios e tias.
Quando vamos lá, eu e meu irmão nos sentimos peixes fora d’água. Não temos assunto, não comemos as mesmas coisas, não temos os mesmos gostos, não freqüentamos os mesmos lugares. Mesmo com meus primos, não consigo ter um papo decente pois não sei nada da vida deles e eles também não sabem nada da minha. Fomos criados de maneiras diferentes, temos visões muito diferentes sobre o mundo e a vida. Temos sonhos, ambições diferentes.

E vejo que isso é um incômodo muito grande pra família. Por termos sido criados longe de todos, não temos a mesma intimidade que meus familiares têm uns com os outros. Não me sinto à vontade quando estou perto deles, vejo que me olham torto, pois não temos os mesmos interesses, as mesmas opiniões. Somos muito ‘na nossa’, quietos, falamos pouco. E ali, todos falam ao mesmo tempo, cada um mais alto que o outro. E não se ouvem. E acham normal se meterem na vida uns dos outros, exporem seus problemas pra toda a família dar sua opinião.
Sei que toda família tem isso. Mas não consigo achar isso uma coisa normal!!! Pelo menos não comigo. Sou extremamente reservada quanto minha vida pessoal.
Eu não tenho intimidade com aquelas pessoas e exatamente por isso, eu nunca, NUNCA, me meti na vida de ninguém. Nunca dou palpite, sugestão, critico ou comento a vida deles.

E pelo fato de nunca ter tido ninguém da família envolvido na minha criação, nunca admiti também que se metessem na minha vida.
E é isso que me deixa puta!!!
Nunca tive intimidade com essas pessoas e elas já se acham no direito de me fazer dezenas de perguntas pessoais, não respeitarem minha privacidade, e ainda ficarem cobrando coisas da minha vida.

Talvez eu seja insensível, mas acho que pra tudo há um limite. Eu nunca me meto na vida de ninguém! Isso já é um sinal de que eu não gosto que se metam na minha vida!
Eu nunca falo da minha privacidade com ninguém. Isso também é um sinal de que se eu quisesse falar, falaria! Se eu não comento nada, é porque obviamente, não quero comentar!!! É tão difícil entender isso??????

As pessoa acham que só porque são teoricamente da sua família já podem sair te questionando sobre namorados, comentando e criticando suas roupas, seu jeito.

Durante um tempo, eu ficava quieta. Mas aí um dia vi que isso também irritava minha mãe. Como o vínculo dela com essas pessoas é muito mais forte que o meu, resolvi assumir meu papel de ovelha negra, e agora eu falo tudo o que penso mesmo!

“- Por que você não tem namorado?” “– Porque eu estabeleci um padrão de qualidade e não vou baixá-lo só pra ter um pau entre as pernas!”

“- Por que você vai sair vestida de menino?” “– Por que eu prefiro ser confundida com um menino do que com uma prostituta!” Tá, tudo bem, eu não falei isso, mas pensei! O que eu falei foi: “- Você tem trinta e cinco anos de idade, não tem marido, nem namorado, nem ficante, mora com sua mãe, ta exageradamente acima do peso, ganha mal...você não acha que tem muito mais coisas pra se preocupar na sua vida do que porque eu me visto como um menino?”

Eu até tento ser legal, juro que tento. Mas não adianta. Eu não consigo me sentir à vontade perto daquelas pessoas. E vejo que elas também não ficam à vontade perto de mim. Acho que pra eles eu sou grossa, mal amada, mal humorada. Na verdade, eu fico na minha, não me meto com ninguém, mas realmente, não admito que se metam na minha vida!

Odeio visita!

Continuando a história das visitas...

Sabe o que mais me irrita?
A pessoa achar que só porque ela está de férias, você também está!
E achar que só porque minha mãe é dona de casa que ela é uma desocupada!

Eu detesto quando as pessoas presumem que quando chega um feriado podem ir para sua casa porque você não tem nada melhor a fazer a não ser recebê-las. Sempre ligam pra avisar que estão indo, e nunca pra perguntar se podem ir!

Minha família é de Minas, ou seja, adora praia. Não podem ver uma poça d’água com sal, que já ficam todos animados! Quando chega feriado, férias, todos querem vir pra minha casa no Rio. Engraçado que quando eu morava no interior de Santa Catarina, ninguém ia me visitar!

O problema de receber visita é que por mais que você goste da pessoa, ela sempre dá trabalho! Por menor que seja!
Dá trabalho porque muda sua rotina, você tem que se preocupar com o que vai dar pra pessoa comer, onde ela vai dormir, aonde você vai levá-la. E como ela está de férias, ela presume que você também está, então estará disponível – e afim – de sair o tempo todo, passar o dia inteiro na rua, sem hora pra voltar. Ela acorda de manhã, sem se preocupar com o café, porque você vai cuidar disso. E quando acaba o café você já está se preocupando com o que vai fazer de almoço, e de janta. E não só hoje, mas amanhã e depois de amanhã também.

É por isso que eu detesto visitar os outros. Até a minha avó! Porque eu sei que por mais que ela goste de me receber, eu estou mudando a rotina dela.

E é por isso que eu acho que se você vai visitar alguém, por mais que seja parente, vá pra um hotel. Por mais que a pessoa insista!!! Aprenda a se virar sozinha, não faça da outra pessoa sua cozinheira ou motorista particular.

E, mais importante, não presuma que só porque ela é dona de casa ela não tenha coisas mais importantes a fazer na vida. Afinal, se seu trabalho é das 08 às 17h, de segunda a sexta, o dela é 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem direito a feriados e férias!!!!


domingo, 29 de março de 2009

Propaganda negativa!

Hoje, 29/03/09, fomos ao Botequim Chico & Alaíde.
Resolvemos conhecer por ter visto várias reportagens falando maravilhas tanto da comida - salgados que o diferencial é ser frito na hora - quanto do atendimento.

Fiquei extremamente despontada e frustrada. A comida demorou vir. Pedimos bolinho de bacalhau e vieram frios (??). E pra finalizar, pedimos um salgado que não veio!

Além disso tudo, ainda tive que suportar a fumaça desagradável e fedorenta dos cigarros e charutos de quem estava próximo!! Não posso garantir, mas não vi área para não fumante!!!!!!!

Que programa de índio! Só propaganda enganosa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Não vão!!!!!!!!!

Preciso malhar!


Assisti o "Cruel" da Deborah Colker....

Como me senti sedentária, caída, lerda, fraca............!

Como eles são sarados, lindos, coordenados, FORTES!!!!!!!!!!

Preciso tomar vergonha na cara!!!!!! Preciso malhar!

Calcinha




Eu tinha esquecido dessaaaa!!!!!!!! kkkkkkkkkkkkkk Falando em coisas nojentas, não podia deixar de contar. Até o momento, a maior derrota do ano!




Estava em um lugar que precisava "dividir" o banheiro. O sanitário é pra um lado e o box pro outro e um "lavabo" no meio do caminho. Abri a porta e imaginem com o quê dei de cara: uma calcinha branca. Com o forro I-M-U-N-D-O!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Uma coisa preta, muito feia mesmo... E o pior, aquela era a calcinha limpa, a que a mulher que estava tomando banho ia colocar depois........




Eu entrei ali pra fazer um xixi... Depois dessa nojeira, até passou minha vontade, só voltei lá muito depois. E como não pude compartilhar com ninguém à época, precisava desabafar com muiiiiitas pessoas. ECAAAAAAA!




Lavem suas calcinhas!!!!! Joga na máquina, põe de molho depois passa só uma água, sei lá!! Se trocar todos os dias fica mais limpa, daí não da trabalho pra lavar, é só passar um sabonete pra tirar o suor... Tem agora uns anti-sépticos pra lavar roupa íntima....




Depois uma pessoa dessa reclama que não tem namorado, ninguém quer comer!!! Estão errados??????

Família, família


Tenho uma parte da família que mora em outra cidade. E quando alguém vem visitar, fica aqui em casa.


Acho extremamente desagadável a sujeira alheia... Não só a sujeira em si.... Mas os costumes feios que os outros têm (não tem mais acento do plural??). Não sou exemplo de limpeza, nem de bom comportamento. Mas não gosto do que as pessoas fazem e pronto. E estou aqui pra falar mal mesmo, pra desanuviar!!!!!!!!


Uma pessoa que não mora com você, tem o compromisso de manter o lugar que ela está invadindo em ótimas condições. Por exemplo: tudo que sujar se oferecer imediatamente pra limpar com a maior boa vontade do mundo! Não desarrumar, não fazer nada, fazer sua presença o mais imperceptível possível.


* Fio dental em qualquer lugar: que nojoooooo! Eu tenho nojo do meu fio, imagina o dos outros? Não custa nada jogar no lixo!!!!!!


* Box sujo! Po, se vc solta cabelo, pentelho, o cacete que for: limpa, cata, se vira!!! Não deixa a nojeira ali!


* E pentelho no sabonete? Viva ao sabonete líquido!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


* Resto de comida em cima da pia. Ou joga no lixo, ou não come, se decide!


Estou com muito nojo, desenvolvendo vários TOC, vou lavar a mão, tomar banho em uma água beeeem quente!!!!!!!!!!!!!

Expresso X Tácito


Minha casa não é exemplo de limpeza e organização. Tenho muita vergonha: de admitir isso; de ter cansado e desistido de nadar contra a maré e me rendido a viver na bagunça e na sujeira.


Por ter vergonha, acho extremamente desagradável uma pessoa que não tem intimidade com você, não sabe como funciona sua vida, sua casa, e se convida pra ir à sua casa, sem aviso prévio.


Além disso, não é qualquer pessoa que é bem-vinda na minha casa!!!! Só entre se for convidado.


Uma vez aconteceu isso: uma conhecida marcou comigo para nos encontrarmos no centro para conversarmos. Lá, depois que tinha feito quase tudo que precisava - verdadeiro motivo do encontro: ia comprar um eletrônico no centro e fazer hora pra esperar o namorado que chegava de viagem - resolveu ir à casa de um conhecido em comum. Tudo bem até aí. Só que o fulano mora super longe, da uns 45 minutos de carro, por vias expressas. Já tava tarde, hora do rush... E a mulher insistiu TANTO que era melhor ir logo, ficar no trânsito a aturar aquele papinho. - Por que eu marco essas coisas?????????


Como é longe, pegaríamos ônibus entupido e voltaríamos super tarde, falei que só iria se viesse em casa pegar o carro. Ela topou - quem não quer conforto??? - e viemos pra casa. Na porta, falei com a cidadã: vou subir rapidíssimo, vou só pegar a chave e o documento: "ME ESPERA AQUI, JÁ VOLTO". Eu falei pra esperar, não me dei ao trabalho de ser educada.


A fuxiqueira safada falou: eu subo com você, tá tranquilo. Me deu um ódio! Porra, eu falei pra não subir cacete! Insisti: é um segundo, vou entrar e sair. Se formos, vamos demorar muito, vamos pegar mais engarrafamento ainda, vai ser um horror!!! Fica aqui, já estou descendo. - Preciso ser mais clara????????????????????????????????????


Resosta: eu vou subir com você.


Ninguém me tira da cabeça que ela queria ver minha casa. Não sei pra que, pra dizer que a dela é melhor, maior, mais bonita, ou só pra ter assunto mesmo com os outros. Sei que fiquei extremamente incomodada e não gostei da imposição.


A partir daí, eu fiquei brava, pra morrer, quase falei que não ia pra mais porra de lugar nenhum e mandei aquela puritana senhora se lascar...... Mas subi correndo, sozinha, peguei tudo que precisava correndo. Quando ela entrou em casa, eu já estava saindo. A cara-de-pau teve ainda a audácia de entrar (eu estava literalmente saindo quando ela entrou!) e falar que não queria ir ainda porque queria beber água.

Entrou na porra da casa, investigou tudo, bebeu UM gole mínimo de água e fomos embora.


Será que é difícil entender que quando alguém não gosta de você o suficiente pra te convidar gentilmente pra ir à casa dela ela não o fará?????

Se eu falei pra não entrar na minha casa, aceita!! Se eu quisesse chamar pra entrar, teria feito com a maior facilidade do mundo. É difícil????


Conclusão: convites para entrar em locais particulares precisam ser EXPRESSOS. NUNCA subentendidos.

Mais uma vez, aula de etiqueta....



Sonho com o dia que morarei no lugar dos meus sonhos: tudo limpo, organizado, guardadinho nos armários com tudo arrumadinho, dentro de caixas e mais caixas.

Sim, vou ajudar a Todeschini a ficar mais rica!